Tribo Indigena Xingu
Na
postagem de hoje, entenderemos os problemas que o povo Xingu enfrenta e suas
preocupações com suas terras.
Passado e futuro do Xingu: reflexões
A preservação das culturas xinguanas e dos recursos naturais do território foram as principais questões abordadas nas rodas de conversas realizadas todas às tardes entre as lideranças indígenas. 50 anos após a criação do Parque Indígena do Xingu (PIX), muita coisa mudou para as 16 etnias xinguanas.
A preservação das culturas xinguanas e dos recursos naturais do território foram as principais questões abordadas nas rodas de conversas realizadas todas às tardes entre as lideranças indígenas. 50 anos após a criação do Parque Indígena do Xingu (PIX), muita coisa mudou para as 16 etnias xinguanas.
A
região do entorno cresceu, a produção agropecuária se desenvolveu e já alcançou
os limites do território. Xinguanos relatam o aumento de desmatamento e já
sentem as mudanças na natureza e no clima do parque. Caciques expuseram suas
preocupações e questionamentos sobre o futuro do Xingu. “A gente tem essa
terra, onde estamos sobrevivendo, vivendo em paz. Só que temos uma grande
preocupação com os desmatamentos, queimadas e destruição nas beiras dos rios.
Não sei se o homem branco também está preocupado com isso, eu acho que não,
pois essas coisas continuam acontecendo”, disse o cacique Aritana Yawalapiti.
As
lideranças também ressaltaram a importância de manter as tradições e
estimularam o protagonismo dos jovens para continuar a luta para proteger os
limites do território. Alguns citaram a saída de jovens das aldeias para morar
na cidade e declararam temer que essa tendência sinalize o abandono das
tradições e da luta pela proteção do território no futuro.
Raoni
Txucarramãe, liderança indígena Kayapó, participou de todas as discussões e
apoiou as colocações dos xinguanos. “Nós temos que defender nossas terras.
Quero pedir que os jovens continuem a luta de seus pais e fiquem aqui para
continuar defendendo o Xingu e garantir o futuro de nossos netos”. Raoni citou
ainda problemas como a construção da barragem de Belo Monte, afirmando que são
ações em que o governo brasileiro deveria recuar, pois prejudicarão a todos os
indígenas do Xingu. Ele defendeu a importância de se manter a união entre os
povos para que projetos como esse de Belo Monte sejam barrados.
Megaron
Txucarramãe, sobrinho de Raoni, liderança indígena que morou no PIX durante sua
adolescência, também demonstrou seu envolvimento com os povos do Xingu. “As
mesmas preocupações que vocês têm com os seus jovens aqui, nós também temos.
Hoje estou relembrando tudo o que vivi no Xingu quando era jovem”. Megaron
também citou a construção de estradas próximas ao Parque, que têm impacto
direto nas comunidades indígenas, e apoiou a fala de Raoni a respeito da UHE de
Belo Monte.
Kumaré
Ikpeng, liderança indígena do povo Ikpeng e Ianuculá Kaiabi Suia, integrantes
da comissão organizadora do evento, também chamaram atenção dos participantes
para a oportunidade de discutir temas de interesse de toda a comunidade xinguana.
“Temos que nos unir para provar que esta obra de Belo Monte terá impactos
negativos para nosso Rio Xingu e nossa sobrevivência”, afirmou Kumaré. “Este é
nosso território e o Rio Xingu faz parte dele. É inaceitável que nossos povos
não sejam sido consultados no processo decisório de uma obra grande como esta”,
completou Ianuculá.
yikatuxingu.org.br
Equipe Blog do Maurício
Evelyn
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