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domingo, 19 de outubro de 2014

#CantinhodaCultura

Conhecendo o novo

O Cantinho da Cultura irá explorar a cultura afrodescendente que tanto influenciou e influencia nossa cultura.
É uma simples homenagem que tentará trazer a tona reflexões e questionamentos sobre a nossa cultura e como a sociedade encara essas diferenças.
Esperamos que gostem.
Gostaríamos de começar por uma grande mulher negra que conseguiu através de sua escrita denunciar os grandes problemas sociais de sua época e porque não dizer da nossa época: CAROLINA MARIA DE JESUS.
Carolina Maria de Jesus nasceu no interior de Minas Gerais, em Sacramento, no dia 14 de março de 1914. Vinda de uma família extremamente pobre, tinha mais sete irmãos e teve que trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Por isso, estudou apenas até o segundo ano primário.

Na década de 30, mudou-se para São Paulo e foi morar na favela do Canindé. Ganhava seu sustento e de seus três filhos catando papel. No meio do lixo, Carolina encontrou uma caderneta, onde passou a registrar seu cotidiano de favelada, em forma de diário.

Segundo Magnabosco, “mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento por ser negra e pobre, Carolina revela, através de sua escritura, a importância do testemunho como meio de denúncia sócio-política de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade”.

Descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, repórter da Folha da Noite, Carolina teve suas anotações publicadas em 1960 no livro Quarto de Despejo, que vendeu mais de cem mil exemplares. A obra foi prefaciada pelo escritor italiano Alberto Moravia e traduzida para 29 idiomas. Em 1961, o livro foi adaptado como peça teatral por Edi Lima e encenado no Teatro Nídia Lícia, no mesmo ano. Sua obra também virou filme, produzido pela Televisão Alemã, que utilizou a própria Carolina de Jesus como protagonista do longa-metragem Despertar de um sonho (inédito no Brasil).

Em 1963, Carolina publicou, pela editora Áquila, o livro Pedaços da Fome, com apresentação de Eduardo de Oliveira. Em 1965 publicou Provérbios.

Em 1977, durante entrevista concedida a jornalistas franceses, Carolina entregaria seus apontamentos biográficos, onde narrava sua infância e adolescência. Em 1982 o material foi publicado postumamente na França e na Espanha, sendo lançado no Brasil em 1986, com o título Diário de Bitita, pela editora Nova Fronteira.

Carolina foi uma das duas únicas brasileiras incluídas na Antologia de Escritoras Negras, publicada em 1980 pela Random House, em Nova York. Também está incluída no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, publicado em Lisboa por Lello & Irmão.

Carolina faleceu em São Paulo, em 13 de fevereiro de 1977. 

Por que essa mulher que saiu da favela não é conhecida pelos brasileiros?
Será que as palavras de uma representante do povo não podem ser divulgadas?
Será que os únicos do povo que podem ser ouvidos são jogadores de futebol e atualmente cantores de funk?
Não acreditamos nisto, mas sabemos que as oportunidades não são as mesmas dadas a todos, por isso precisamos conhecer e discutir que Brasil queremos.
Por hoje gostaríamos de convidá-lo a conhecer mais essa autora e compositora.
Vai se encantar como todos que entram em contato com suas publicações.

Equipe Blog do Maurício
(Evellyn)
Enzo Rodrigues

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